domingo, 28 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eternos ou imortais?

Morre Elvis
Morre Lenon
Morre Michael
Diamonds are forever

sexta-feira, 19 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Surto IV: Alta tensão (parte I)


Diálogos trucados
Metrôs em Paris
olhos tegiversando direções opostas
Formas e formações diversas
Soluços de comunicação
Silêncios

Surto III: Tensões de pesquisaDORES


(PesquisaDORES: o do meio, Eduardo Jorge, o tradutor)

Leio a tradução do dicionário Crítico da Revista “Documents I” de George Bataille feita pelo meu recém conhecido e conterrâneo Eduardo Jorge (Mestrando em Teoria da Literatura pela UFMG). O texto é coisa fina. Abre-se com a afirmação de Foucault:
“Gerorg Bataille é um dos escritores mais importantes do século XX”. Já na introdução dos verbetes as frases cumprem funcionalmente as suas pretensões: desestabilizar. “desestabilizar o real da própria idéia de desfiguração do humano é afetar o real e a imagem de um só golpe” ou “As palavras assim como a poeira, ainda possuem maneiras de abalar a linguagem – a palavra ainda assombra”.
Impossível não lembrar de Fante “Ask the dust”, das metáforas e fico pensando na minha paixão pela palavra e ao mesmo tempo na afirmação de Stuart Hall de que é necessário sair do campo asséptico da linguagem e ver que há algo de sujo mais embaixo, na realidade.
Sujar as mãos com a realidade. Já dizia Hannah Arendt ao criticar Heidegger e sua omissão diante do fenômeno do Nazismo: um intelectual não pode ficar preso no “puro pensar”. A linguagem pela linguagem.

Corro o risco e me delicio nos verbetes de Bataille:
Boca: “o aspecto magistral da fisionomia boca fechada, bela como um cofre-forte” ou Esteta: “Existe um prazer cínico em observar as palavras que levam consigo algo que é nosso até o lixo”.

Bataille parecia estar ciente da necessidade que ele mesmo chama de “perigos da ação”

Ação!

Surto II: Uma piada e dois deuses



Stanley Kubrick morreu há dez anos e alguns meses. E como esse blog não é (quase) nada mais que uma tremenda ego-trip tento me lembrar de onde eu estava naquele momento. Eu com 16 anos, no ensino médio. Sabia pouco de Kubrick. Quando criança havia assistido vagamente o início clássico de “2001” numa virada de ano. Depois cenas de “Eyes wide shut” numa beira de estrada á caminho de Salvador e “Laranja mecânica” numa aula de ética já na faculdade. Mas foi finalmente “O iluminado” que me levou espontaneamente à locadora, isso muito recentemente: 2005. Desde então o cineasta que ão gostava de tomar banho povoa aquele limbo gostoso onde colocamos Aquiles que chamamos, meio pretensiosamente de “referência”. Então para encerrar este post sem/com sentido, transcrevo uma piada dita pelo protagonista de “Nascido para matar” ao próprio diretor pouco antes de sua partida:

“Stanley Kubrick morreu [no dia 9 de março de 1999] e foi para o céu. Semanas depois Steven Spielberg também morreu e também foi para o céu. Spielberg foi recebido ao portão por São Pedro, que lhe disse:
‘Deus gostou pra burro de vários de seus filmes e quer que você fique à vontade aqui. Se precisar de alguma coisa é só falar comigo. Estou às ordens.’
Spielberg nem hesitou:
‘Escute São Pedro. Stanley Kubrick morreu outro dia e sei que veio para cá. Gostaria muito de ser apresentado a ele. O senhor pode providenciar um encontro?’
São Pedro cofiou sua barba de mais de dois mil anos:
‘Poxa Steven, isso é um abacaxi. Com tanta coisa para pedir, é logo isso que você quer? Você sabe que Stanley não gosta de conhecer ninguém e...”
Spielberg não desanimou:
‘Mas o senhor não disse que está às ordens?’
São Pedro:
‘Disse. Mas não consigo fazer milagres. Qualquer coisa, menos isso!’
E saiu param mostrar o céu à Steven Spielberg.
Entre as nuvens Spielberg viu um sujeito descabelado e barbudo, usando uma jaqueta surrada do Exército e pedalando uma bicicleta. Spielberg gritou para São Pedro :
‘Oh, meu Deus! Olha lá, é o Kubrick. Vamos lá falar com ele!’
Mas o santo conteve o sôfrego Spielberg pelo braço e explicou:
‘Aquele não é Kubrick, meu filho – É Deus ele pensa que é Stanley Kubrick.’
Piada retirada do livro "Um filme é para sempre" de Ruy Castro.

Surto I: Doutores de Spinoza



“Spinoza diz que tudo o que existe são encontros e a capacidade de você afetar e ser afetado por esses encontros. Se esses encontros aumentam a minha potência de ação eu experimento a alegria. Se ao contrário eles diminuem a minha potência de ação eu experimento a tristeza. Então para esse autor, como para o Nietzsche, depois, posteriormente todos os sentimentos como a piedade, a caridade, as relações onde eu preciso submeter outra pessoa a alguma coisa são sentimentos ligados às paixões triste. A alegria ao contrário seria esse trabalho da potência de ação. E o que os doutores da alegria fazem na minha opinião é isso, eles são capazes de promover o que Spinoza chama de “boas misturas”. Que é trabalhar esse encontro respeitando a essência do outro e aumentando essa potência” Morgana Masetti Mestre em Psicologia e coordenadora do Centro de Estudos do Doutores da Alegria.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Soltos...


Mergulhando no fundo de um instante sem limites com Ana Cristina César

segunda-feira, 8 de junho de 2009

BEAGÁ pra mim

Farra Literária, sucesso na Compós, overdose de arte contemporânea, bares, bares, bares: em BH é assim.

Tijolos breves

Manhã de sábado
Uns versos de Sylvia sondam o silêncio
Estrangeiro, olho além da janela
Uma casa em construção: operários
Volto-me: outra
Procuro indícios que afirmam minha presença
Identidade?
Aquilo que chamam de

À minha frente Virginia não me olha nos olhos
Dirk Digler cruza a porta
Enquanto Woody Allen levanta as mãos
Na parede o Narciso de Caravaggio perdoa nossa paz
Mas é de Kubrick que recebo uma mão estendida
Ela aponta os primeiros beijados de Maurício
Uma pedra à mão, uma citação de Celan.

Volto à janela
Os operários permanecem em construção
São tijolos breves