segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Bloomsbury, Bush e a Carapinima.


Bloomsbury: Bairro no Centro-oeste de Londres que deu origem ao célebre grupo com o mesmo nome. Era um ponto de encontro entre intelectuais, escritores e artistas na primeira metade do século XX.

Dizem que nessas horas o melhor é escrever. Correr contra o tempo que catalisa conexões e, simultâneo, engendra esquecimentos. Como camadas que vão se justapondo e dissolvendo. Seria o tal atrás do pensamento que inquieto e meio sem sentido se formula? Lembro de Clarice.

Então foi assim: aconteceu “sem um sino pra tocar”, com cantou Adriana Calcanhoto. No meio de uma cidade no Nordeste de um País da América Latina. Um relance de vista apresentou o fato. Na TV: O pacote não-keinesiano de um Republicano intervindo na economia. Ah o economês!

Lá fora: A precária tentativa de não vincular as medidas emergenciais da pré-recessão estadunidense ao pensamento social-democrata do economista inglês integrante do Bloomsbury, o qual, dizem, se aproximaria, mais do programa dos democratas.

Aqui dentro: a tentativa de diálogo também precário num simulacro entre Ferreira Gullar e Virginia Woolf. Uma parte de mim...

E por falar nesta outra integrante do Bloomsbury: as buzinas da cidade, W350, monóxido de Carbono, NXO. Não, não era a vida em Londres (antes, pacatamente cantada e elogiada por Caetano, agora matando latinos e saindo impune) mas a saída do Shopping. Nem mergulho, nem frêmito. Pós-notícia anti-bloomsburyana de Mr. Bush. “Mr. Bush disse que ele próprio iria fazer os ajustes”. Sem flores a serem compradas. Não, não há o encontro inesperado com Hugh. Há o som infernal de fronte às obras intermináveis de um metrô. Há o correr de PMs com suas armas em punho proliferando entre ônibus engarrafados numa versão meio Jack Bauer meio Corisco e Dadá.

Bricolagens século XXI: Liberais desenterrando as discussões de Keynes, a “exemplar” polícia britânica, agindo no “melhor” estilo “mata depois pergunta”. No Brasil utopias enterradas (?) por esperanças que venceriam o medo. Vou dormir parabólico e pensativo:“I'm wandering round and round, nowhere to go.”