Manhã de sábado
Uns versos de Sylvia sondam o silêncio
Estrangeiro, olho além da janela
Uma casa em construção: operários
Volto-me: outra
Procuro indícios que afirmam minha presença
Identidade?
Aquilo que chamam de
À minha frente Virginia não me olha nos olhos
Dirk Digler cruza a porta
Enquanto Woody Allen levanta as mãos
Na parede o Narciso de Caravaggio perdoa nossa paz
Mas é de Kubrick que recebo uma mão estendida
Ela aponta os primeiros beijados de Maurício
Uma pedra à mão, uma citação de Celan.
Volto à janela
Os operários permanecem em construção
São tijolos breves