sábado, 24 de julho de 2010

A simplicidade dos grandes

Tenho tido o privilégio de ter alguns Lezamas Limas na minha vida. Vai então aqui uma pequena homenagem a estes caros e queridos amigos representados no tributo àquele outro cubanolindo, Lemeza Lima:

“Lezama possuía o estranho privilégio de irradiar uma vitalidade criadora. Por isso mesmo, conversar com ele significava voltar para casa e sentar-se diante da máquina de escrever: era impossível ouvir aquele homem e não ficar inspirado. Nele, a sabedoria associava-se á inocência. Tinha o dom de dar um sentido à vida dos outros.

A primeira paixão de Lezama era a leitura. Além do mais, tinha o dom crioulo da boa risada, da brincadeira; a risada de Lezama era algo inesquecível, contagiante, que não deixava ninguém sentir-se infeliz. Ele passava das conversas mais esotéricas às banalidades circunstanciais; podia interromper seu discurso sobre cultura grega para perguntar se era verdade que José Triana não praticava mais sodomia. Podia também dignificar as cosias mais simples, transformando-as em algo grandioso” (Reinaldo Arenas em suas auto-biografia: “Antes que Anoiteça”)