[A escola de artes Violeta Arraes]
Quarta-feira. Fui ao Curso de Teatro da Urca facilitar um momento de discussão sobre “o queer e a Heteronormatividade na obra Agreste (Malvarosa) de Newton Moreno”.
O convite partindo das alunas Joaquina Carlos, Rita Cidade e do Prof. Ms. Duílio Cunha que está indo embora do Cariri (já lamentei neste blog sua partida. Para ler o texto clique aqui). A obra está sendo montada e estreará próximo dia 14 em única e I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L apresentação.
Na URCA/Barbalha: pessoal atento e participativo nas quase TRÊS HORAS [?!] de exposição. A minha fala foi dividida em três momentos:
1º Introdução à arqueologia do Saber [a classificação dos corpos/comportamentos] e à Genealogia do poder [a disciplina/adestramento dos corpos] em Michel Foucault – Até chegar à heteronormatividade.
2º A obra “Mal estar na civilização” de Freud [com a díade segurança x liberdade] e a sua reinterpretação na obra “Comunidade” do pensador polonês Zygmund Bauman. O conceito de “identificação” no psicanalista Jacques Lacan que desembocará na noção de performatividade de Gênero.
3º A convergência destas duas linhas de pensamento como base da Teoria Queer. O pensamento de Judith Butler[FOTO] com sua crítica à heteronormatividade [ou heterossexualidade compulsória] e a proposição de análise das relações de poder a partir da performatividade e não da “identidade”.
Após estes momentos [quando pensei que já tinha avançado demais e que o público já estava cansado] destaquei os momentos-chaves da obra de Newton Moreno. Ao contrário do que eu pensava, o debate ficou ainda mais caloroso. Então muitas luzes se acenderam numa construção coletiva, inclusive em relação a outras obras como “avental todo sujo de ovo” e “Engenharia Erótica [na participação de Joaquina]”. Os alunos lançaram questionamentos também que eu nunca tinha me dado conta em relação ao texto.
Tudo isso girando em torno da ausência do FALO e, por conseguinte, da desestabilização da equivalência: homem=pênis=masculino x mulher=vagina=feminino. Poderia falar mais mas vou esperar a estréia.
Fiquei muito feliz em poder dar uma contribuição para esta montagem. Tanto porque adoro o texto, adoro os atores e fica também como uma espécie de “parceria” neste ato final de Duílio Cunha na URCA.
Não percam. Não perco. Por nada.
[qualquer dia conto como foi que entrei em contato pela primeira vez com este texto].