
O que me desagradou e preocupou de início foi certa obviedade em termos de referências. Primeiro me senti meio constrangido com aquela sutura que ficou no meio do caminho entre “My fair Lady” e a história "infantil". Depois tem cenas paupérrimas como a de Alice querendo ser “livre” e olhar didaticamente para uma revoada de pássaros (neste momento me contorci na poltrona). Algumas “rasidades” nas discussões de Machiavel “Ser temido ou ser amado”; Citações a Wilde e a noção de normalidade. Tudo isso me fez sentir mais diante da Rose/Kate Winslet de Titanic do que da menina de Lewis Carroll.

Alice ou Rose no estilo eu_quero_ir_minha_gente_eu_não_sou_daqui
Mas gostei de algumas coisas: as referências à “história sem fim” [filme que sempre imprimiu em mim um medo pânico. Já imaginou uma coisa que não tem fim fim nem começo? Como disse Clarice em "água viva"].
Destaque para a rainha de copas, marcação muito boa. Caricatura na medida. Os contrapontos dark à uma história supostamente infantil [o batom negro da rainha banca, as cores meio encardidas. Os vermelhos-meio terra. E aquela mesma rainha branca meio drogada por algo como lexotan, diazepan ou canabis mesmo.
Outro aspecto é que sou particularmente seduzido por histórias com oráculos/destinos [até porque estudo um: oI Ching. Isto me instiga muito.]
