Neste ramo Sartre foi mestre. Vide trecho de “A náusea”:
"«É preciso reagir», dizia Lucie. A ideia vai-a roendo, tenho a certeza, mas com lentidão, com paciência: ela reage, mas não é capaz de se consolar, nem de se abandonar ao seu mal. Pensa no caso um bocadinho, um bocadinho pequenino, tira partido dele. Sobretudo quando está acompanhada, porque os outros a consolam, e também porque faz bem falar no assunto com um tom presumido, com ar de quem dá conselhos. Quando anda sozinha pêlos quartos, ouço-a cantarolar, para afugentar os pensamentos. Mas passa todo o dia cabisbaixa, cansa-se de-pressa e amua: «É aqui», diz ela tocando na garganta, «trago aqui um nó.» Há avareza na sua maneira de sofrer. Nos seus prazeres deve haver também. Admira-me que esta mulher não tenha vontade, às vez'es, de se 'libertar daquela dor monótona, daquele resmonear que volta a moer, assim que ela deixa de cantar; que não deseje sofrer por uma vez, afogar-se no desespero. Mas, mesmo que quisesse, não poderia: aquele nó veda-lhe a saída ao sofrimento."
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