
“Sou uma figura um pouco atípica na literatura brasileira. Também, porque sou um pouco roqueiro, fui hippie, fui punk. Não faço vida literária, corro por fora. Não conheço o lobby das universidades, não vou a lançamentos de livros, só vou quando sou amigo do escritor. E na minha obra aparecem coisas que não são consideradas material didático. Zé Castello [...] escreveu uma crítica brilhante de Ovelhas Negras, em que ele diz que me utilizo do trash e me compara a Zulmira Ribeiro Tavares. Segundo ele, ela escreve como uma professora, a literatura dela é organizada e limpa; é ‘boa’ literatura. Eu sou o oposto, porque lido com o trash, de onde tiro não só ‘boa’ literatura, mas também vida pulsante. E acho que isso aterroriza, principalmente no meio universitário” Caio Fernando Abreu