quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Travessia

A filósofa húngara Agnes Heller dizia que uma das formas do homem suspender o automatismo do cotidiano é a Arte.

Ave Arte.

Estava pensando isso enquanto varava a madrugada, na minha interminável dissertação. Mentira... eu não pensava isso enquanto escrevia. Só pensei após terminar (!), exausto, o capitulo III(!), ainda agora. Agorinha, agorinha às 06:47.

Então foi assim: após a vitória de mais uma noite decidi me permitir um regalo. Coloquei –nesta inseparável seqüência, porque sou meio assim... supersticioso - para tocar minha santíssima trindade de Milton Nascimento:

(*)Unencounter(canção da américa)
(*)Coração de estudante
(*)Travessia

Foi só então que pensei: Helles, automatismo, arte, pequenas alegrias. E pensei também em como esses artistas: um Milton , um Mário Quintana, um Rubem Alves provocam na gente essa sensação meio tola de amor pela vida. Principalmente quando se está influenciado pela exaustão de noites digitadas, vendo o dia nascer.

Quer clichê maior que este? OK. Lá vai: nas caixas Milton cantarola: “a folha da juventude é o nome certo desse amor” E mais que isso, canta o nascer de um novo dia que vejo surgir pela minha janela: “mas renova-se a esperança. Nova aurora cada dia. E há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto”

Coração de estudante...
Ainda.