Em tempos de Julianne Moore correndo pelas DES-brasileiradas ruas da Cegueira (não há referências a São Paulo no novo Filme de Fernando Meirelles) eu completamente sem tempo. Curtindo os últimos dias de “gigolô” da CAPES, tendo aulas de Direito Administrativo (:-o zzz) e terminando a dissertação.
Mesmo assim encontrei tempo para baixar e ouvir algumas dezenas de vezes os novos cd’s do Cansei de Ser Sexy e Do Montage “I want my dealer”
(2° CD do Cansei de ser Sexy... ainda bem quenão se cansam de fazer boa música)
CSS é a comprovação de que o escandalosamente pretensioso pode ser abundantemente BOM e divertido. E que arte é arte. Não precisa ser engajada, ter função social, utilidade nem nada.
Assim como não dá para dizer que o filme “Ensaios sobre a Cegueira” se passa no Brasil também é Impossível dizer que CSS é uma “banda brasileira”. Não só pelo fato de cantarem em inglês mas porque fazem um som sem a necessidade de expressar nenhum sotaque ufanóide. Como disse Santiago Nazarian em seu Blog “É uma banda Filha da Augusta”. Desterritorializados e muito bons.
A primeira vez que ouvi o cd de estréia deles em 2004 (ou terá sido 2005? )– na casa do Ailson – não dei muita atenção. De lá pra cá vim flertando, vendo uns vídeos, ouvindo ALALA ALALA discotecada no (infelizmente) finado “NOISE 3D”, mas NUNCA tinha parado meeeeeeeeesmo para ouvir.
Desta nova empreitada da banda destaco “MOVE”. Que lembra muito, muito vagamente um cantor brega destas bandas chamado Alípio Martins misturado com Dire Straits. Coisas da minha cabeça... Gostei também da faixa de abertura “Jager Yoga”. Na verdade quase todo o CD é muito bom.
Grata surpresa e não sou só eu quem acho. Harry Potter também é fã deles: "Daniel Radcliffe, o Harry Potter dos cinemas, disse numa entrevista recente que não conhecia nada sobre o Brasil. Só fez questão de dizer “mas adoro a música do Cansei de Ser Sexy“ site popup.mus.com
(Harry Potter e cavalo de fogo albino ouvem CSS)
Já o Montage não se pode chamar de uma banda desterrada pois tem uma proposta que joga jogos de hibridação mais explícitos. Com direito a pomba-gira, OPRAH e sua ID, Fortaleza Beach (ou será BITCH?) e o plágio descarado (adorei) de “Money, success, fame, galamour” (acho que essa música toca no filme “Party Monsters”).
Tamanho sincretismo chega ao seu TOP na Frase central do Funk (?) “FLOOR, FLOOR, FLOOR”: “eat rapadura, fuck rapariga”.
(Capa do Novo CD: I trust my conterrâneo)
Fabulações sobre sexo glicosado e rapaduras-vibradores a parte, os outros destaques do novo álbuns são: Além de Hi OPRAH!; a música que dá título ao cd e “raio de fogo” (não confundir com cavalo de fogo... bem, de qualquer forma ela fala de cavalo mas das afro-regiliosidades...)
(foi quando coorrendo eu vi um cavalo defogo aliiiii)
Apesar de morar na cidade em que o antigo trio (hoje dupla do pocket show) foi formado nunca vi uma performance deles Ao Vivo. Pura conspiração dos deuses. Nunca deu certo.
Quem sabe da próxima vez que estiverem aqui vou dar uma conferida?