
O debate girou em torno do processo de criação, a desconstruição do texto, hermetismo contemporâneo, escritores que escrevem para escritores e não para leitores, essas coisas. Achei-o super diplomático (e seguro) nas suas colocações.

“Esta coletânea se constitui de contos fortes, tanto pela temática, geralmente sombria, como pela linguagem. Encontramos aí monólogos e diálogos de personagens exaltados, quase alucinados. Diferentemente da maioria dos autores contemporâneos que, em busca de uma expressão forte, se valem de termos obscenos ou perdem-se em discursos totalmente desestruturados, o narrador desses textos domina com brio a fúria das palavras”.

(momento autógrafo... sempre meio constrangedor)
Ao ser interpelado sobre seus colegas “desestruturadores” e “obscenos”, o autor de “beijando dentes” disse que se deve valer de qualquer linguagem desde que ela não termine sendo supérflua ao texto. E lembrou que muitas das ditas “as inovações” na escrita já acontecem há pelo menos 1 século, e aquilo que pode parecer “a vanguarda”na solidão da criação pode na verdade ser a expressão mais desgastada do “autor-à-procura-de-uma-nova-forma”.
(momento pose-pra-foto: não menos constrangedor).
Serviço:
"Beijando dentes" - Prêmio Sesc de Literatura 2007
Autor: Maurício de Almeida
Editora: Record
Blog do Autor: www.mauriciodealmeida.blogspot.com