sábado, 1 de novembro de 2008

Musicais estão em alta.


Lembro que devido à minha insônia adquirida desde a infância assisti muitos deles, ou pelo menos trechos, no famigerado Corujão. Durante muitos anos trechos de “Hair” e “Jesus Cristo superstar” habitaram aquelas áreas da memória que você não sabe se são realmente do filme, ou foi de sua imaginação. E nem estou falando dos musicais mais clássicos como “singing in the rain” ou “o picolino
Pois bem, ganhei Hair ano passado no Natal e pude constatar a existência –real – de algumas daquelas cenas recorrentes... “This is the sound of the Age of América” e exatamente agora, enquanto escrevo (04:09min da manhã) a Globo exibe “Jesus Cristo superstar”. Numa zapeada na TV, não foi necessário mais que um segundo para constatar: é o tal musical.

Mas musicais estão na moda.

Rent, Across the universe, Mama mia...



“Rent” era aquela peça que habitava a mesma zona nebulosa da memória. Apresentada diversas vezes, em trechos diretamente dos palcos da Broadway, naqueles programas da madrugada, durante a década de 1990 eu meio que hipertrofiei a expectativa em torno do filme. Na primeira assistida decepção. Datada demais. AZT’s inúteis; HIV como sentença de morte, etc. Na segunda vez gostei mais. Definitivamente são linguagens distintas (teatro de cinema). Musicais não são para todos os gostos, eu concordo. Desavisados podem se entediar, como quando eu quase dormi ao ver Evita em 1997 no extinto cine Fortaleza (eu tinha 14 anos). Neste momento Jesus na Tv divide o pão da santa ceia. Uma comunidade de hippies com algumas obviedades pejorativas (o demônio e Judas são dois negões).

“Everytime I look I dont undestand...”


Aliás, filmes baseado em discografias de bandas estão em alta. Um exemplo é “Across the universe”(presente da minha querida Lara), precisa de um post exclusive. Higiênico e afinado o musical é lindo e irritantemente perfeito como uma apresentação musical no Oscar. Sem alma, mas com interpretações belíssimas. Nada a ver com os 68, ou pelo menos com a forma como eu imagino 68. O filme fala muito mais da geração ONGueira de hoje, tanto é que um Guru é interpretado no filme por Bono Vox. É um amontoado de vídeo-clipes e reinterpretações das canções dos Beatles. Gosto muito de “Strawberry fields forever”.



Mama Mia. É Abba na veia. Lembra a infância e os disquinhos de apenas uma música em cada lado. No filme Meryl Streep está fantástica. Sem dúvida a melhor atriz de hollywood. Como imaginar uma persona que interpretara O diabo vestindo Prada e Clarissa Vagh em “As horas” agora sendo uma hipponga de meia idade. Mama Mia é escandalosamente clichê. E é nele que o filme se sustenta. Uma ótima pedida para ver com os amigos, mas sem grandes expectativas em relação ao roteiro. Um filme para se ver sem receios de ser ridículo ou de ruborizar em cenas como “the winner takes it all”.

Tudo isso para dizer que amanhã vou finalmente ver a montagem de Rent nos palcos de Fortaleza.

“No day but today...”

(Na tv Jesus superstar é argüido por Pilatos. Definitivamente, um filme pop obrigatório, direção de arte e figurino impagáveis, transbordando anos 70).